Querida Kodak, o futuro à banca pertence! Outra "Polaroid" é que não...


Se George Eastman estivesse vivo não queria acreditar no que se passa na Kodak. A mítica marca prepara-se para entrar em falência já no fim deste mês segundo rumores, a própria empresa recusa-se a comentar o assunto. Assim, a mesma prepara-se para combater a falência com a venda de algumas das suas patentes mas pode não ser o suficiente para a salvação. 

Se falhar a venda das patentes, a Kodak irá tentar usufruir do Capítulo 11 da lei das finanças norte-americanas, que iria permitir a reorganização da empresa durante um período de tempo (algo que já vimos com a Polaroid e com péssimos resultados) ao encontro do caminho da estabilização. 

Em último caso e se tudo isto falhar então a Kodak não terá outra solução se não declarar a falência total, em que a empresa encerra portas e um tutor terá como missão vender os bens para pagar as dívidas. Claro que isto são cenários a colocarem-se futuramente caso a empresa, fundada por George Eastman, não consiga "encontrar" 1 bilhão de dólares para continuar as suas operações.

Se o fim da Kodak se confirmar então é o ponto final numa empresa histórica e marcante que ao longo dos anos tem sido levada à decadência com as suas apostas falhadas como equipamentos de impressão, a não capitalização eficaz do lançamento da máquina digital, o negócio das películas fotográficas que vem a decrescer com o digital, etc.

Contas feitas, as acções da Kodak cairam 28% a 30% na semana passada levando 19 mil funcionários a temerem pelo seu futuro. Os bancos não parecem dispostos a correr o risco de apostar numa marca falida, o maior interesse será a venda das patentes; assim se assiste ao fim da Kodak o que nada traz de positivo para quem gosta de fotografia, quem trabalha nela, que usufrui do analógico, que é fiel a uma marca que construiu o seu nome na base da qualidade e da inovação, etc. 

Será mesmo o fim ou teremos um novo caso "Polaroid"? Sim, porque reinventar os mortos quebrando a originalidade da própria marca, contratando cantoras pop para designers é a pior coisa que se pode fazer e já chega ver como se pode destruir (ainda mais!) uma empresa que já estava falida após tantos anos de sucesso.