Muito mal vai esta democracia... Ainda há tiques de ditadura?

“Percebi que eles não estavam minimamente interessados em saber se eu era manifestante ou jornalista e se tinha feito alguma coisa errada ou não”, disse a jovem fotojornalista, que admite não se ter apercebido da origem do tumultuo. 
Quando a confusão começou, Patrícia estava num café do Chiado a enviar algumas imagens que já tinha feito, com o fotojornalista da Lusa José Sena Goulão, que havia de ser também agredido pela polícia. “Achamos que, a haver problemas, seria mais ao pé da Assembleia [da República] e fizemos uma pausa. Mas de repente começamos a ouvir muito barulho e fomos a correr para lá”.
Os ânimos estavam agitados – “Havia muita polícia de intervenção a sair das carrinhas, um manifestante e um polícia feridos e coisas a voar”, recorda –, mas o cordão policial feito imediatamente parecia chegar para conter os ânimos. “A carga surgiu nesse momento”, contou.
Nas esplanadas do Chiado estavam várias pessoas que nem sequer estavam na manifestação, mas o que as imagens mostram é que a carga policial acabou por ir sobre elas também. Depois de ter sido agredida – momento que lhe valeu várias nódoas negras no pescoço e um joelho e cotovelos feridos – Patrícia Melo Moreira recorda a “cara de pânico” das pessoas que se encontravam no local. “Havia pessoas dentro da [cafetaria A] Brasileira, que fecharam a porta com medo do que estava a passar” 



Estas linhas são excertos retirados da net (P3) em que a fotojornalista Patricia Melo (AFP) relata os acontecimentos mais agressivos da manifestação de ontem, onde a própria acabou por ser agredida. Se isto se verificar tal como a Patricia relata então algo de mal vai na ordem policial e quem comanda nela...

Falava à dias com conhecidos sobre a questão de se generalizar um erro e neste caso especifico com a actuação infeliz do policia que atacou a fotojornalista; claro que é errado acusarmos uma classe inteira apenas por uma acção incorrecta e deve-se evitar este tipo de julgamento e acusações mas também sabemos que neste tipo de protestos a ordem policial dificilmente se irá importar com uma Patricia Melo ou com o sapateiro da esquina; a missão deles é "varrer" aquilo que está à sua frente de forma a dispersar as pessoas bem como provocar aquele clima de medo e receio para evitar que os protestos subam de tom. É errado? Penso que sim, aliás, atacar uma fotojornalista que mostra a documentação e mesmo assim é agredida... Penso que sim, algo vai mal por aqui e assim com uma agressão se mancha (mais uma vez) o nome do país e a Europa fica a conhecer o lado mais negro que por aqui mora.

Um conselho: já que a ordem policial começa a preocupar-se com o perigo das máquina fotográficas dos fotojornalistas, pensem também em prender o Carlos Cruz e o Isaltino que andam por aí e são mais criminosos que estas pessoas que protestam pelos seus direitos.