O corpo nunca é triste;
o corpo é o lugar
mais perto onde o lume canta.
É na alma que a morte faz a casa.
o corpo é o lugar
mais perto onde o lume canta.
É na alma que a morte faz a casa.
Eugénio de Andrade
O lugar mais perto/The nearest place
Uma selecção de trabalhos em pintura, desenho e vídeo de Luisa Jacinto.
"[...] Quase sempre - se não sempre - (...) [a pintura de Luísa Jacinto] está no mundo (dessa mesma pintura) como o coração num organismo. Quase sempre para deixar que surja uma espécie de ensaio pictórico - muito simples,
com uma ou duas figuras - sobre a aparição de quem tenta e falha e hesita e silencia na cor do reduzido espaço
em que se fecha (enquanto personagem em cena) na sua aventura do outro (e de si mesmo) e permanece em
queda e erro no acerto sobre as palavras acerca do que nós amamos e, muito provavelmente, também acerca de
quem é amado.
[...] A figuração de Luísa Jacinto diz a cada instante: «Nós somos deste mundo, mas neste mundo sentimo-nos estrangeiros entre estrangeiros.» E, todavia, gravita quase sempre numa aparente serenidade.
com uma ou duas figuras - sobre a aparição de quem tenta e falha e hesita e silencia na cor do reduzido espaço
em que se fecha (enquanto personagem em cena) na sua aventura do outro (e de si mesmo) e permanece em
queda e erro no acerto sobre as palavras acerca do que nós amamos e, muito provavelmente, também acerca de
quem é amado.
[...] A figuração de Luísa Jacinto diz a cada instante: «Nós somos deste mundo, mas neste mundo sentimo-nos estrangeiros entre estrangeiros.» E, todavia, gravita quase sempre numa aparente serenidade.
[...] As suas personagens, bem mais reais do que ideadas, vêm acrescidas de um paradoxo: da possibilidade do impossível. (...) E, todavia, o objecto pintado está aparentemente sereno. E, todavia, todas essas figuras estão ali, estão aqui para uma experiência do impossível e fazem um apelo preciso a aspectos (muito) além da arte: à ética, ao direito, à política, à responsabilidade, à decisão. [...]"*
A série Flora (2011-2012) é composta por desenhos e colagens sobre reproduções das gravuras botânicas de The
Temple of Flora, de Robert John Thornton, c.1787-1837.
Temple of Flora, de Robert John Thornton, c.1787-1837.
O vídeo A Promessa e o Sonho (2009) parte de uma promessa veterotestamentária e reflecte estratégias de desejo e necessidade humanas.
Esta será a primeira exposição individual da artista em Lisboa desde a mostra compreensiva do seu trabalho - Basta um só dia - que o Museu Carlos Machado lhe dedicou em Junho de 2012.
Luísa Jacinto (1984, Lisboa) vive e trabalha actualmente em Lisboa. Concluiu em 2009 o MA em Fine Art na CentralSaint Martins - Byam Shaw School of Art, Londres. Expõe regularmente desde 2007.Das suas exposições colectivas destacam-se Processo e Transfiguração - Casa da Cerca, Almada, e 17 Ingredients - Measures of Autonomy, comissariada por Shama Khanna e Blanche Craig, Studio One, London, 2009. Das suas exposições individuais, destacam-se Basta um só dia, comissariada por João Miguel Fernandes Jorge, Museu Carlos Machado, Açores; Um desejo impune, Galeria Alecrim 50, 2011; Things Change Quickly, Espaço Avenida - Sala Bebé, 2010. Luísa Jacinto's encontra-se representado em colecções privadas e institucionais, destacando-se as colecções Madeira Corporate Service e do Centro de Artes Arquipélago.
* João Miguel Fernandes Jorge, "One Always Fails to Speak of What One Loves", texto do catálogo da exposição Basta um só
dia, Museu Carlos Machado, 2012.
dia, Museu Carlos Machado, 2012.