Dissecando o World Press Photo, parte IV

Leando Ramalha fala no Correio da Manhã sobre o World Press Photo, uma opinião a ter em conta:



Dor e morte voltaram a revelar-se as palavras de ordem do World Press Photo, que premeia o melhor do fotojornalismo. Desta vez foi o espanhol Samuel Aranda, pela imagem de um rebelde ferido amparado por uma mulher na capital do Iémen.

Olhando para o historial recente do prémio sobressai a fixação no mundo árabe (a afegã com o nariz mutilado pelo marido, as mulheres que seguem a revolta em Teerão num terraço ou o libanês que passeia de automóvel na Beirute devastada), como já houve com o Kosovo ou o Vietname. Mas se em tempos venceram grandes instantâneos, como o vietcong a ser executado na rua ou a menina vietnamita a correr nua e queimada pelo napalm, o World Press Photo alterou critérios, esquecendo as fotos que valem mais do que mil palavras em benefício daquelas que dariam uma tese de mestrado.