TODA A MEMÓRIA DO MUNDO, parte um.


"Toda a memória do mundo, parte um" marca o regresso de Daniel Blaufuks às exposições depois de "Fábrica". O ano decorrente marca o início da parceria Sonae/MNAC Art Cycles, que de dois em dois anos convida um artista nacional ou estrangeiro para realizar uma exposição. De salientar, ainda, que o projecto está ainda ligado ao doutoramento que o artista tem desenvolvido na University of Wales.

É no Museu do Chiado que o fotógrafo dá início a essa parceria onde reúne um conjuntos de arquivos de imagens e videos que relatam um passado ainda presente, o resultado de uma Europa (ainda) abalada pela sua história trágica. Terezín, na República Checa, é o universo explorado pelo fotógrafo com destaque para este ter sido o único campo de concentração a ser visitado pela Cruz Vermelha (1944), em pleno domínio nazi. A exposição nasce de um trabalho desenvolvido entre dois escritores: George Perec e W. G. Sebald, sendo que o artista abordou o "W ou le souvenir d'enfance"(1975) e "Austerlitz"(2001), respectivamente, onde a memória e a ficção do Holocausto cruza-se gerando confusão na exploração da memória desse processo desencadeado. 

Tratando o tema da memória, é facilmente perceptível a ligação que o artista tem com este trabalho, através das questões familiares onde evoca um mundo com epicentro na Europa (da época de 1933 a 1945.), ou seja, um mundo de anti-semitismo e de minorias. Este repositório de memórias estará no Chiado até Março de 2015.